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Diabetes

terça-feira, 8 de janeiro de 2013


Diabetes cresce no País; saiba como tratá-la
Pelo menos 5,6% da população brasileira tem algum tipo de diabetes, segundo dados do Ministério da Saúde, quase 10 milhões de pessoas são diagnosticadas com a doença.
No entanto, como o diabetes é silencioso e demora a apresentar sintomas, o número pode ainda ser maior – especialistas estimam em cerca de 15 milhões os diabéticos no Brasil.
O número de casos vem crescendo.
Entre os homens, entre 2006 e 2011, a presença de diabéticos passou de 4,4% da população para 5,2%. É fácil de entender: o diabetes está diretamente ligado ao excesso de peso – que também vem aumentando no País e, em cinco anos, o número de obesos subiu 28% no Brasil.
 A boa notícia é que a doença tem tratamento – e pode ser diagnosticada cedo e  pode ser controlada.
O que é o diabetes?
Popularmente chamada de "açúcar no sangue", o diabetes é a elevação da glicose na corrente sanguínea, de acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes.
O sistema funciona da seguinte forma: os alimentos são digeridos e se transformam em glicose, absorvida para o sangue.
Ela é usada como energia pelos tecidos a partir da insulina, uma substância produzida pelo pâncreas.
Quando há uma falha nesse sistema, surge o diabetes. "O diabetes é uma alteração no funcionamento pancreático, na liberação ou na ação da insulina nos tecidos", explica o presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes, Balduino Tschiedel.
Ainda que não exista uma cura definitiva para a doença, o diabético pode ter uma vida longa e saudável se seguir com atenção e cuidado o tratamento proposto pelo seu médico.
É fundamental salientar, antes de tudo, que a responsabilidade pela eficácia do tratamento deve ser compartilhada sempre entre médico e paciente.
 E que se houver um controle eficaz dos níveis de glicose, por parte do paciente, seja na escolha dos alimentos que consome ou na monitoração correta do açúcar em seu sangue, será possível conviver com a doença por muitos anos, sem que surjam complicações graves como a nefropatia ou a retinopatia diabética.




TRÊS FORMAS DE CONTROLE

O tratamento dos diabéticos envolve, pelo menos, três aspectos importantes: dieta, exercícios e medicamentos.


Alimentação adequada

É fundamental para que o diabético tenha um metabolismo mais adequado. Isso contribui para normalizar a glicemia, diminuir os riscos de doenças cardiovasculares, manter o peso saudável, prevenir complicações agudas e crônicas e promover a saúde geral do paciente. Na prática, para atender a esses objetivos, a dieta deve ser equilibrada como qualquer outra dirigida a pessoas saudáveis, respeitando as particularidades de cada diabético, no que diz respeito a idade, sexo, rotina de atividades físicas e até profissão e situação sócio-econômico-cultural.


 Deve incluir 50 a 60% de carboidratos, 30% de gorduras e 10 a 15% de proteínas.
Os carboidratos simples, como açúcares, devem ser evitados. E os complexos (massas, pães, amidos, farinhas e tubérculos), ingeridos em cinco a seis porções por dia.
 Cortar as gorduras saturadas presentes em carnes gordas, embutidos, frituras, laticínios integrais, molhos e cremes e alimentos refogados com excesso de óleo.
 As proteínas devem corresponder a duas porções de carne ao dia.
 A alimentação deve ser rica em fibras, vitaminas e sais minerais, o que é obtido pelo consumo de duas a quatro porções de frutas, três a cinco porções de hortaliças, e dando preferência a alimentos integrais.
 Não é recomendável a ingestão de bebidas alcoólicas, especialmente por pacientes obesos, com aumento de triglicérides e mau controle metabólico.



Atividade física


 O paciente deve ser incentivado à pratica regular de exercícios, que pode ser uma caminhada de 30 a 40 minutos, por exemplo. Mas, antes, é importante que seja feita uma avaliação médica para identificar eventuais neuropatias ou alterações cardiovasculares que possam provocar riscos adicionais ao paciente com a realização de certas atividades.
 A rotina de exercícios consome energia e, por tabela, diminui os níveis de glicemia, além de melhorar a eficiência da insulina, reduzindo muitas vezes as doses terapêuticas necessárias.
 Adaptado à capacidade física de cada um, o exercício deve ser praticado diariamente, mas sem excessos.
 O diabético jamais deve praticar esportes em jejum ou mal alimentado, porque isso provoca uma queda brusca nos níveis de glicose, levando à hipoglicemia. Por precaução, deve ter sempre um carboidratos simples (açúcar, balas) à disposição.
 Não se deve fazer exercícios pouco antes de dormir. Caso contrário, o atleta com diabetes corre o risco de ter uma queda de glicemia no sono.
 Se possuir um glicosímetro, os diabéticos deveriam medir a glicemia antes, durante e após o exercício, algumas vezes.
 O diabético deve evitar os exercícios quando a glicemia estiver acima de 240 mg/dl ou abaixo de 100 mg/dl.



TRATAMENTO MEDICAMENTOSO 

Os remédios variam de acordo com o tipo da doença, e só o médico pode avaliar qual o mais indicado para cada caso. Assim, os diabéticos tipo 1, que não produzem nenhuma insulina, devem receber o hormônio por via injetável, já que a insulina é destruída na mucosa gástrica pelas substâncias que fazem parte do processo digestivo. Estes pacientes também são chamados de insulino-dependentes.
Já o diabético tipo 2, muitas vezes consegue compensar seu diabetes apenas com dieta. Muitos pacientes obesos mantêm-se totalmente compensados apenas chegando a seu
Insulina: medicação principal para diabéticos tipo 1 e 2 que não responderam aos hipoglicemiantes orais. Atualmente, estão disponíveis várias apresentações de insulina, conforme origem, tempo de ação e concentração.
As primeiras insulinas eram de origem bovina. Então, verificou-se que a molécula da insulina de porco era semelhante à molécula de insulina humana e esta passou a ser padronizada. Há também insulinas semelhantes às produzidas naturalmente pelo organismo humano, obtidas por meio de técnicas de engenharia genética.
Quanto ao tempo de ação, as insulinas podem ter: ação intermediária (NPH e lenta), rápida (regular ou simples) ou ultra-rápida. Estão disponíveis ainda combinações de insulinas de ação curta e intermediária. As de ação intermediária duram entre 20 e 24 horas e destinam-se ao controle diário. Já as de ação rápida atuam aproximadamente 30 minutos após sua aplicação, com duração de 6 a 7 horas e são usadas no tratamento de descompensações diabéticas, emergências ou como complementação do controle diário. Por fim, a ultra-rápida deve ser utilizada imediatamente antes da refeição, pois começa agir em 15 minutos.
O diabético deve aplicá-la de manhã e complementando-a em outros horários, se necessário, conforme orientação médica. O ideal é que ele assuma seu tratamento, aprendendo a aplicar a insulina e ficando, dessa forma, independente de outras pessoas.
peso ideal. Outros, porém, necessitam de medicamentos para estabilizar os níveis de açúcar no sangue. Existem dois grupos de medicamentos utilizados no tratamento do diabetes:
Hipoglicemiantes orais: indicados para o controle de pacientes com diabetes tipo 2. De acordo com o médico Márcio Krakauer, essas drogas podem ser divididas em quatro categorias:
a) Os secretagogos, como as sulfoniluréias, que estimulam o pâncreas a produzir mais insulina;
b) Os sensibilizadores, que ajudam a insulina a agir com mais eficácia. São mais indicados para tratar os casos de resistência à insulina;
c) Inibidores de alfa-glicosidase, que retardam a absorção dos carboidratos pelo intestino;
d) Incretinas, que agem em diversos locais do organismo: aumentam a ação do GLP-1 (Glucagon Like Peptide-1) favorecendo a produção da insulina, reduzem o apetite e ajudam na regeneração das células-beta, produtoras de insulina.


O que há de novo 
Ainda não encontrada comercialmente, a insulina inalável promete livrar os pacientes das picadas provenientes das injeções diárias do hormônio. Essa nova forma de administração é composta de microcristais de insulina acondicionados em um sachê e colocado em um aparelho que, por inalação, levará o hormônio até os pulmões. Estudos comprovam que a ação da insulina inalável é semelhante a da injetável ultra-rápida. "Estudos mostram que a insulina inalável apresenta alguns problemas. Como é um pó, pode irritar as vias aéreas e provocar tosse. Pacientes com problemas respiratórios, como asma, também não devem usá-la. E ela ainda pode ter uma ação irregular, provocando crises de hipoglicemia com mais freqüência", acredita o médico Fadlo Fraige, professor titular de Endocrinologia da Faculdade de Medicina do ABC.






 
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