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A Velhice está na Mente

terça-feira, 5 de março de 2013


 Pesquisadores descobriram que idosos que têm uma visão mais positiva sobre o envelhecimento têm 44% mais probabilidade de se recuperar completamente após sofrer uma incapacitação severa.

A pesquisa, que acompanhou 598 idosos com mais de 70 anos durante 11 anos, começou com nenhum dos mesmos sofrendo de qualquer incapacitação.



Pesquisadores descobriram que idosos que têm uma visão mais positiva sobre o envelhecimento têm 44% mais probabilidade de se recuperar completamente após sofrer uma incapacitação severa.

A pesquisa, que acompanhou 598 idosos com mais de 70 anos durante 11 anos, começou com nenhum dos mesmos sofrendo de qualquer incapacitação.

 Durante o tempo da pesquisa, todos eles precisaram, em pelo menos um mês, de ajuda em tarefas diárias, como banhar-se, vestir-se, ou caminhar. Em alguns casos, a incapacitação foi severa, em outros, leve.


Na pesquisa, eles foram solicitados a falar as cinco primeiras palavras ou frases que viessem à mente quando pensavam em pessoas velhas. Os pesquisadores colocaram as respostas em uma escala de cinco pontos, das mais positivas às mais negativas.
A pesquisa descobriu não só que uma visão positiva resultava em mais probabilidade de recuperação, como que quem tinha uma atitude positiva tinha mais probabilidade de evoluir de uma incapacidade severa para uma leve, e de uma leve para nenhuma incapacidade.


Além disso, a atitude positiva estava associada a uma taxa menor de declínio da capacidade para executar atividades rotineiras conforme a pessoa envelhecia.
Uma das explicações pode ser o fato de que pessoas com visões positivas sobre a vida também costumam cuidar mais da saúde, tendo um estilo de vida saudável, mantendo as visitas ao médico em dia, e tomando remédios conforme a prescrição.



 No Brasil, o  Instituto Datafolha, de São Paulo, acaba de realizar uma pesquisa sobre a velhice no Brasil. Foram ouvidas 1.238 pessoas com mais de 60 anos em vários Estados. E o resultado é um retrato original, e não raro surpreendente, da velhice no Brasil.
Os idosos hoje representam uma considerável parcela da população brasileira. Isto se deve, sobretudo, ao aumento da expectativa de vida, que é atualmente de 72,6 anos para ambos os sexos, ao passo que, no começo do século 20, estava por volta dos 40 anos. Vive-se mais, portanto, e sob muitos aspectos vive-se bem.
Aquela imagem do velho como uma figura abandonada, descartável – o filme A Balada de Narayama mostra como, no passado, os velhos de uma aldeia japonesa eram abandonados numa alta montanha para lá morrerem de frio e de fome – não mais subsiste. Resultado: 78% dos idosos se consideram felizes. Curiosamente, só 32% têm medo de morrer, contra 40% dos jovens.
Um total de 74% dos homens fazem sexo, 23% deles uma vez por semana; mas só 24% das mulheres são sexualmente ativas, o que sugere, no caso dos homens, o recurso ao sexo extraconjugal, à masturbação e a outras formas de atingir o orgasmo sem penetração vaginal. Mais: 88% dizem que nunca usaram remédios para disfunção erétil e similares.
Em termos materiais a situação também não é muito ruim – 67% (77% no caso dos homens) recebem aposentadoria. Não é uma fortuna – a média é de R$ 776 – mas aparentemente dá para, ao menos, sobreviver; de maneira geral, os velhos estão mais protegidos contra a pobreza do que o restante da população. E há, claro, o apoio familiar: 92% têm filhos, 78% têm netos.
E quanto à saúde? É ótima, dizem 57% dos entrevistados. Ótima não quer dizer perfeita: 57% dizem ter alguma dor, 56% são hipertensos, 29% apresentam algum grau daquele que é o problema psicológico mais importante de nossa época, a depressão. Uma advertência importante: 28% tiveram quedas no último ano (cuidado com escadas, tapetes que deslizam, banheiros, lugares mal iluminados). E a quem recorrem? 72% não têm plano de saúde e contam, como a maioria da população, com o SUS.
Os velhos brasileiros são muito independentes: 20% deles vivem sozinhos; 72% saem de casa todos os dias, a pé, de ônibus, de carro e até de bicicleta (7%). Mas encontram problemas no cotidiano; o preconceito contra velhos é citado por 87% deles. Traduz-se em agressão verbal e até física, em discussões nos ônibus e nas filas – muitos brasileiros ainda não aprenderam a conviver com a velhice. Mas isto, pelo visto, é apenas questão de tempo. Porque a chamada terceira idade está aí para ficar.

 
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