Um estudo da Universidade de Michigan (EUA) dá uma
razão a mais para que as pessoas pratiquem o altruísmo: segundo os
pesquisadores, quem se voluntaria para ajudar os outros, com desprendimento,
melhora e aumenta saúde. Aparentemente, essa ação é um forte redutor de níveis
de estresse no corpo humano, o que permite um salto na qualidade de vida.
Mas os pesquisadores garantem que o voluntário
precisa agir sem nenhum interesse pessoal ou esperando recompensa (por exemplo,
a recompensa de viver com mais saúde, se você ler esse texto e acreditar na
pesquisa); é preciso que seja um ato movido pela simples vontade de fazer bem
ao próximo.
Para chegar aos resultados, os pesquisadores
conduziram um longo estudo com 10.317 pessoas. Em comum entre elas, o fato de
terem cursado o Ensino Médio em 1957, ou seja, a maioria deles estava com 69
anos em 2008, quando se iniciou a última fase da pesquisa. Cerca de metade dos
participantes eram mulheres.
Em 2004, os participantes responderam questionários
sobre voluntariado. Neles, ficou especificada a quantidade de trabalhos
voluntários na vida de cada um, com as respectivas razões que moveram as
pessoas a trabalhar, e tomaram nota daqueles que pretendiam se voluntariar no futuro.
Em paralelo, foram analisados quadros de saúde de
cada paciente datados desde 1992. Os “diagnósticos” seriam fechados ao lado de
análises médicas, que incluíam indicadores como saúde mental, obesidade, uso de
álcool e tabaco, além de também fatores sociais, estado civil e socioeconômico.
Entre as motivações dos voluntários, havia
justificativas altruístas e outras nem tanto. Razões como “Eu sinto que é
importante ajudar os outros” e “Voluntariado é uma atividade importante para as
pessoas próximas a mim”, dadas por alguns dos participantes, conviviam com
motivos como “Voluntariado é uma válvula de escape aos meus próprios
problemas”, ou “Voluntariado me faz sentir melhor comigo mesmo”, e tudo foi
devidamente anotado pelos pesquisadores.
Em 2008, iniciou-se a última fase da pesquisa, a
verificação. Neste ano, a primeira bateria de resultados mostrou uma grande
vantagem dos voluntários altruístas, no quesito taxa de mortalidade. Dos 2.384
voluntários, 4,3% faleceram de 2008 para cá. Entre os que se voluntariaram, mas
o fizeram por interesse pessoal, a taxa foi 4%, um empate técnico com os
integrantes do primeiro grupo. Entre os voluntários altruístas, o índice de
mortalidade sofreu queda considerável: foi de apenas 1,6%.
Isso impressionou os pesquisadores, e colocou o
estudo em um paradoxo: ajudar as pessoas, aparentemente, faz sua qualidade de
vida crescer. Mas se você escolhe ser voluntário por causa disso, para melhorar
sua saúde, esse benefício perde o efeito. [LiveScience]